quinta-feira, 2 de abril de 2015

Guitarras Fender e seus fabricantes, entenda melhor a diferença de cada fabricante.

Entenda sobre os fabricantes que exportam a Marca Fender, como diferenciar em questões de qualidade, suas diferencias, os processos de industrialização,suas vantagens e desvantagens.


FENDER MADE IN JAPAN:

Alguns comentários de que as Guitarras Fender Made In Jápan não muito boas.  Até 1984-1985, daí por diante até as series especiais das quais o Brasil não recebia são boas. A grande parte das guitarras Fender Made In  Japan e Crafetd In Japan tem corpo de Basswood e captadores genéricos. Só tem uma forma de saber se o corpo é basswood ou Alder que é retirando a tinta


2 - FENDER USA 1983:
Estão entre as piores americanas de todos os tempos, principalmente as stratos com o tremolo freeflyte:


Stratocaster Fender de 1983

3 - FENDER USA (modelo standard, entre 1993-1998 aproximadamente): 
Cavidade dos captadores do tipo piscinão (universal), captadores ruins. Fraca seleção de madeiras.


Corpo de uma stratocaster Fender de 1997

4 - FENDER SOUTHERN CROSS:



Entre 1993 e 1995, a Giannini fabricou, sob licença da própria Fender, cerca de 5.000 guitarras e baixos aqui no Brasil. A série recebeu o nome de "Southern Cross". Corpo de cedro, braço de marfim e hardware americano. O próprio Carlos Assale admite que as Southern Cross eram inferiores às americanas. Não dá pra ter um som clássico de strato ou tele com corpo de cedro e ponto final.

Stratocaster Fender Southern Cross

5 - FENDER "AMERICAN TRADITIONAL" (1999-2001):
Essa série, produzida nos EUA (mas com peças mexicanas) entre 1999 e 2001 é a mais perigosa, principalmente em relação às stratos. A Fender não confirma (e nem nega), mas a maioria dos corpos era de Poplar. Captadores cerâmicos, hardware no limite da qualidade. Não era uma série de todo ruim, mas também não era boa e aqui no Brasil uma strato american traditional é facilmente confundida com uma american standard. Se for comprar, o preço deve ser pelo menos 30-50% mais barato que uma american standard de 2001 em diante. Atenção para o decalque "American Traditional" posicionado onde normalmente está o "Original Contour Body":

Stratocaster Fender American Traditional.

6 - FENDER "CALIFORNIA":
A série "California", produzida apenas em 1997 e 1998 pode ser identificada pelo mesmo princípio da American Traditional: decalque "California Series" onde deveria estar o "Original Contour Body". O número de série obrigatoriamente contém o prefixo "AMXN" (American/Mexican/1990s) na parte posterior do headstock. Basicamente eram guitarras feitas nos EUA mas pintadas no México. O corpo tinha duas ou três peças de alder e o resto era quase no padrão de uma American Standard (criado em 1986, a Fender não utilizou - geralmente - o termo "American Standard" entre 2001 e 2007, apenas o "American"). Boas guitarras. A série California é a única desse post cuja má reputação é desmerecida e nem deveria estar na lista

7 - FENDER STANDARD MIM:
Toda a série "standard" feita no México é inferior. Madeiras, hardware, tudo de qualidade inferior quando comparada a qualquer série americana. Algumas séries mexicanas são muito boas, como as "Classic", Tele Baja, etc.


Pois bem, em 2014 a Stratocaster fez seu aniversário de 60 anos e claro que a Fender não poderia deixar passar essa data em branco e lançou uma série de guitarras comemorativas a data. Lançadas oficialmente na NAMM, temos modelos como a  Squier Classic Vibe mais acessível até modelos super caros como os Custom Shop Heavy Relic e todas com alguma característica única, seja na captação, ou pinturas limitadas etc. Todas tem algo bacana que me fariam tranquilamente querer uma de cada (Mr Obvious,.. rsrs)  mas uma me chamou muito a atenção, a American Vintage 1954. A proposta era seguir a risca as especificações do modelo lançado em 1954, como corpo de ASH, braço de maple, pintura em Nitrocelulose na cor "sunburst two-tone" e novos captadores 1954 desenvolvidos especialmente para o modelo. Eu lendo isso tudo e com viagem a trabalho para os EUA marcada. Nem preciso dizer que a GAS subiu-me pelas paredes e fiquei acompanhando as notícias. Precisava pelo menos testar uma dessas American Vintage 1954. 

Já nos EUA depois de um dia pesado de reuniões de trabalho, estava na Guitar Center matando tempo tocando guitarras quando vi pendurada na parede a Squier Classic Vibe de aniversário. A guitarra era linda e tinha uma pegada e sonoridade realmente incríveis (especialmente com o preço de US$ 300,00), quando o vendedor  perguntou se eu precisava de alguma ajuda enquanto eu brincava com ela. Comentei como as guitarras comemorativas estavam excelentes e etc quando ele comentou que tinha alguns outros modelos e que iria me trazer. Achei que ele ia trazer o modelo mexicano e o Am Std mas a primeira foi a Am Vintage 54. Maldição, justamente a que eu queria testar e pela foto acima nem preciso dizer o que aconteceu. rsrs

Antes de falar da sonoridade, queria mostrar alguns detalhes particulares da 1954. Vou falar de novo a Fender REALMENTE acertou nesse modelo. O corpo feito de Hard Ash é mais pesado e tem veios mais próximos que o Swamp Ash. O braço é um Soft V de Plain Sawn Maple mais gordo que o normal muito próximo de um braço de LesPaul, mas ainda com pegada Fender. O escudo e o 1 ply branco de 8 parafusos, e a elétrica foi reproduzida nos mínimos detalhes, com pots CTS e até o capacitor "Paper in WAX" de .1 MFD reproduzido pela Fender. 


Os captadores, segundo a própria Fender, foram redesenhados especialmente para esse modelo comemorativo, e diferentemente do já existente Custom Shop 54 (modelo preferido do Paulo), esses tem magneto de Alnico 3 e bobinamento mais leve medindo 5.7k no braço, 5.8k no meio e 5.9k na ponte. Não sei se esse equilíbrio foi proposital, mas foi o que medi nos meus.


Há também uma marcação SR referente a "Special Run" na cavidade do catador do braço e notem o detalhe nos saddles estampados com a inscrição "Fender Pat.Pend." até então só encontrados nos Saddles vintage originais ou em modelos Custom Shop específicos.

Nessas fotos é possível notar os veios do ASH do corpo, que recebeu uma pintura super fina de nitrocelulose. Tão fina que é possível sentir os veios do ASH em relevo na pintura.

  



Knobs, Tip e capas de baklelite
Os knobs da 54 (chamados de "Mini-skirt" ou mini-saia) também são levemente diferentes dos Top-Hat modernos, assim como o tip do seletor de captadores. Esses mesmo modelos de Knobs e seletor estão presentes na Am Vintage 1954 de maneira muito fiel a original (a direita). Notem que os knobs tem a parte dos números menor que o tradicional moderno e o tip da chave seletora tem um formato mais ovalado (conhecida como Football) ao invés do triangular mais pontudo moderno.




As capinhas dos captadores também são levemente diferentes, tendo as bordas mais arredondadas que as modernas com cantos mais vivos, detalhes esses novamente respeitados na Am Vint 54. 



Todas essas peças era feitas na época de um plástico chamado de BakeLite que quebrava muito facilmente e que foi posteriormente alterado para um plástico menos quebradiço, que é usado até hoje. Não tenho certeza se os da Am Vint são BakeLite mas acredito que não.

1954 Reissue - Knobs, Tips e Capinhas "Vintage Correct"
                             
Ok, tudo muito bonito e Vintage Correct, mas e o som Oscar? Isso foi o que me fisgou nessa guitarra, o timbre dessa Am Vint 54 é algo meio diferente do que eu estava acostumado ultimamente. Sempre gostei e procurei o timbre anos 60, macio nos agudos e graves com médios redondinhos com aquela sonoridade Scooped tantos eternizaram, desde SRV até Jimmy Hendrix mas a 54 é o exato oposto disso tudo. Independente dos aspectos históricos e estéticos que adicionam ao total da guitarra, assim que pluguei no Bogner Lafayete ainda na Guitar Center e toquei a primeira nota o som veio como um soco no estômago. Nunca havia ouvido um ataque de médios tão seco e direto numa Strato e ao mesmo tempo rico e complexo. Agudos e graves estão presentes mas os médios percussivos e cheios com alta amplitude dinâmica e equilibrio me fizeram na hora pensar "então esse é o RICH TONE OF ASH que todos falam". Até então nenhuma Strato de ASH tinha me encantado, e pela primeira vez um timbre clássico de Strato que não o famoso "Bell-Like Tone" dos anos 60 havia me fisgado. Eu só havia ouvido esse DNA de Strato 50s de ASH + Maple em vídeos do Phill X nas Strato 54 vintage originais, mas nunca ao vivo.





PS: Além da American Vintage 54, a Fender também lancou outros modelos comemorativos  e todos os que eu testei na loja, desde a Squier até a American Std são ótimas guitarras. A Fender tem acertado em cheio nos ultimos tempos com séries cada vez melhores e vemos menos da inconsistência que assombrou a marca nas últimas duas décadas. Vale a pena checar os modelos todos!! Segue um pequeno vídeo demonstrativo da linha.
Leia também sobre: 
Fender Japonesa Historia
Fonte da materia: http://guitarra99.blogspot.com/




3 comentários:

  1. Cara, que página é essa?! Meu irmão, por favor, volte a escrever ou me mostre mais tópicos. Que leitura magnifica! Uma das poucas vezes em que pude entender o que realmente é um Blog: viagem para o mundo que envolve alguém a ponto de haver identificação e/ou colaboração para tornar melhor nosso mundo.
    DEUS o abençoe gigantescamente.

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  2. Ah, mais uma coisa: não sei lidar com blogs. Considero-me, ainda, um analfaBITEco. No Facebook procure meu contato: luisinho.surfnaluz@hotmail.com
    Quero mais conteudo desses .

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  3. Achei o site Louco Por Guitarra e este aqui tinha o link nele. Sou veterano de idade, músico amador, amante, apaixonado por Rock, e nunca tive um instrumento de qualidade, porque tentei entrar em bandas, cujos projetos não deram certo. Continuo com minha Golden ano 1993, que embora razoável, há piores. Mesmo com 52 anos de idade, sonho em tocar, não para viver de música, porque isso no Brasil atual, sobretudo em se tratando de Rock de qualidade, é coisa praticamente impossível, mas essas dicas são sensacionais. Não vou falar nomes de lojas, mas já me ofereceram Fenders mexicanas, japonesas, Squier, e outras, e vi que são tudo segunda linha. Ainda bem que fiquei de pensar, porque dinheiro não nasce em árvores. Sei que as lojas das antigas e tradicionais Santa Ifigênia e Teodoro Sampaio, em São Paulo são boas, mas é preciso cautela, também. Tem lojas de departamentos que vendem guitarras, sem citar nomes também, e é a mesma coisa, Fender made in China, Crafted in China, Squire e afins, como pude conferir. Muito obrigado pelas informações, que valem ouro!

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